Já amei demais,
Sorri demais,
Chorei demais.
Nada em mim,
Até aqui, foi meio.
Tudo que vivi
Foi intensamente verdadeiro.
Águas mornas
São um ponto fraco
De quem não sabe ser inteiro.
Nunca me perdi na vaidade,
Nunca fiz pouco caso do destino.
Há uma parte de minha vida
Que é saudade,
E outra parte cujo tempo
Fez ser momento derradeiro.
Já caí demais,
Levantei demais,
E abandonei demais.
Tudo em mim,
Hoje enfim, funciona pelo apreço.
Nada me comove mais
Que a consciência
De que os fins
Não justificam os meios.
Sê de tudo,
De cada coisa,
Sê inteiro.
Pois não há
Exercício mais ímpio
Que ser metade
Em momento hospitaleiro.
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