Nada mais gostoso que poder falar um pouco sobre essa literatura tão rica e tão cheia de cores que o Brasil apresenta, apesar de toda a luta que empenhamos em fazer o escritor brasileiro ter visibilidade na mídia, em geral.
O Brasil é um país de contrastes em tudo, não poderia ser diferente na área literária.
Gostaria de partilhar com vocês hoje, a respeito de uma das últimas leituras que faço, concluída hoje. O livro em questão é TIL - José de Alencar. Eu fiquei apaixonada pelo livro e mais ainda por uma das suas personagens, chamada Berta.
Ela é o modelo de bondade que qualquer pessoa se apaixona de cara. Tem uma história meio conturbada no seu início, perde sua mãe logo nas primeiras páginas, vítima de um assassinato. É adotada por uma família que a trata com amor e faz dela uma pessoa íntegra.
Bom, mas não vou contar toda a história aqui, senão quem não leu vai ficar chateado(a) comigo.
O que eu quero assinalar da leitura é o retrato regional do Brasil. Ele foi publicado pela primeira vez em 1872, quase um século antes do meu nascimento. O Brasil daquela época era muito diferente... A história retrata o cotidiano vivido basicamente por algumas famílias no interior de São Paulo do século XIX. Seu jeito de falar, de vestir, de agir como Sociedade.
Fazia tanto tempo que eu não lia um livro tão bem escrito, que dá gosto de ler e até saudade quando está concluído.
Em paralelo a toda essa exposição sobre Til, quero tentar entender o porquê é tão difícil divulgar o trabalho de autores nacionais.
Existe uma "máquina" que insiste em nos empurrar muita literatura estrangeira e fazer a gente demorar tanto tempo a encontrar tesouros como José de Alencar, Machado de Assis e tantos outros memoráveis escritores. Também temos um mercado crescente na literatura atual, gente como Paula Pimenta (para o público juvenil - eu não sou tão jovem, mas amo seus livros), Martha Medeiros, Martha Batalha, Wagner RMS (Ficção Científica), André Vianco (Literatura Fantástica e Terror), Maurício Gomyde, Rafaela Perensin, o próprio Oscar Calixto, com seu lançamento O Corpo Marcado de Giz (que eu ainda não li, mas anseio).
Eu ficaria aqui horas e horas repetindo nomes conhecidos e desconhecidos da literatura nacional, mas quando você vai para um ambiente em que se disseminam as resenhas mais acessadas, o que vemos é a propaganda estrangeira maciça.
Não quero diminuir a literatura estrangeira, mesmo porque, na maioria das vezes ela se apresenta como bem mais sólida do que a nossa, mas eu descobri muita gente que eu nem sabia que existia no Brasil e acho que muitas dessas pessoas, são autores muito bons, que não falam apenas de futilidades.
Gostei de mergulhar nesse universo, acho que descobri em mim muito que eu desconhecia através de uma boa leitura. Por isso, venho aqui partilhar minhas impressões.
Pra terminar, quero apenas dizer que acho que cabe a nós, brasileiros, divulgar a nossa terra entre nós e semear cada dia mais nossas conquistas nessa área. Eu, estou fazendo a minha parte, trabalho de formiguinha, mas trabalho que não para e nem desanima!
Quem sabe, um dia, a gente não consiga colher muitos bons frutos, páginas e páginas de histórias vividas e partilhadas com enorme prazer entre nós mesmos?
Grande abraço!
Drica.
Voltando das férias hoje e cada dia mais apaixonada pela literatura nacional!
Grande abraço!